Coisas que as primas apreciam...
- Ó menina, diga-me cá uma coisa que me anda aqui a atazanar o espírito há que tempos
- O quê? O que é que a menina está para aí a inventar desta vez?
- Não comece
- Não começo coisa nenhuma, a menina é que falou.
- Pois, está bem. Diga lá então: o que é que a atraiu em mim?
- Ai, lá vem a menina com as suas conversas
- Mas que conversas?! Diga lá. Ainda se lembra do que a atraiu em mim?
- Promete que não me faz mais nenhuma das suas perguntas esquisitas se eu lhe responder?
- Prometo, prometo. Vá lá
- Está bem. Deixe ver
- Não me diga que já não se lembra!
- Lembro-me sim, claro.
- Então por que demora?!?
- Estou a tentar decidir uma coisa.
- Que coisa?
- Se lhe digo a verdade ou se invento outra coisa.
- Olha que raio A que propósito vem isso?
- É que se lhe digo a verdade a menina anda para aí duas semanas a pavonear-se como se tivesse a rainha na barriga.
- E isso preocupa-a?
- Claro! Por outro lado, se inventar qualquer coisa
- Sim, sim, sim?
- corro o risco de me esquecer porque não é verdade e dar-lhe outra resposta quando a menina me perguntar outra vez a mesma coisa.
- Qual é a dúvida? Diga a verdade, caramba!
- Sobre o que me atraiu em si?
- Sim, sim e sim!
- Bem, foram as suas pernas.
- As minhas pernas?
- Sim.
- A que propósito vêm as pernas agora? Não foi isso que a menina me disse aqui há tempos
- Não? Hum Então devo ter mentido.
- Mentiu-me?!?
- Eu não lhe disse? Não se esqueça que me prometeu que não me fazia mais perguntas se lhe respondesse.
- Mas isso foi antes de a menina me ter mentido
- Quer dizer que também me mentiu quando me prometeu?
- Não , claro que não
- Então cale-se, que prometido é devido.
-
- E foram as pernas, sim.
-
- Nem tente! Olhe que saio porta fora e vou dormir a casa da minha mãe