ai amor
«tenho o
teu coração tatuado
no meu ai
amor tanta
dor sentida por
ti…»
- É bonito, não acha?
- O quê?
- Isto que acabei de lhe ler.
- Ah… A tatuagem. Safa…
- Safa? O que é que a menina quer dizer com isso?
- Que deve doer claro.
- A dor do amor, menina, a «dor sentida por ti».
- Deixe-se de coisas. Olhe que não era eu que me tatuava por si…
- Mas não era uma tatuagem qualquer. Tinham de ser dois corações atravessados pela mesma seta. »o teu coração tatuado no meu»…
- Que horror! Até falar nisso dói.
- Pois dói. Mas é a dor que cura, que sara, que eleva o amor «sentido por ti».
- Até me arrepio só de pensar que a menina pode estar a falar a sério.
- Claro que estou. Não me diga que não tatuava o meu coração no seu, que não sentia dor por mim, que não amava ainda com mais nobreza…
- Não.
- Nem um bocadinho?
- Nada.
- Deixava então o sofrimento todo para mim?
- Se insiste…
- Ai amor…