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Tangas Lésbicas

lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas

Tangas Lésbicas

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orgulhosamente na tanga

 

- A menina vai ao Porto Pride este ano?

- Ainda não sei?

- Ainda não sabe? E a que propósito ainda não sabe? Tem uma agenda assim tão preenchida?

- Não é isso...

- Então o que é? Em Lisboa vai ao Pride e aqui nem por isso?

- Olhe, eu sou aqui do Porto, é o que é. É diferente?

- Está a querer dizer-me que as pessoas do Porto são diferentes das de Lisboa.

- Pois são?

- Porquê? São anti-pride?

- Eu não disse isso. A menina é que já está a pôr palavras na minha boca.

- Só estou a tentar perceber por que é que a menina não vai ao Pride.

- Porque eu sou daqui, entende? toda a gente me conhece.

- E essas pessoas que a menina conhece aqui do Porto vão ao Pride? Ou vão estar nas laterais para lhe atirar tomates podres especialmente a si?

- Que disparate. Claro que não.

- Então? O que se passa aqui no Porto que é tão diferente de Lisboa?

- Já lhe disse: as coisas aqui são diferentes.

- Eu sei que são diferentes. Mas só não percebo se essa diferença é a fovor ou contra as pessoas do Porto.

- Não é nada disso. Lá está a menina a complicar.

- Por acaso não estou. Só estou a pensar é que, se calhar, as pessoas do Porto se podem sentir discriminadas pelos homossexuais que têm medo de se manifestar no Porto. Até parece que vocês acham que as pessoas do Porto são todas uma espécie de criminosas que, se nos virem a marchar durante o Pride, vão atirar-se a nós e, de repente, deixar de ser quem são para se tranformarem em criminosos capazes de chacinar por ódio aos homossexuais.

- Credo, pque rematado disparate!

- Mas se é assim tão grande o disparate, qual é o seu problema em desfilar no Porto como desfila em Lisboa? Se acha que não há criminosos à espreita para nos atacar a todos durante o desfile, por que é que não vai à marcha?

- Porque aqui nunca houve essas coisas e as pessoas são diferentes, as pessoas são mais conservadoras e isto é um meio muito mais pequeno que no SUl.

- Ah, agora é também uma questão de estatísticas: no Norte somos mais pequenos e menos em tudo que no Sul, é isso?

- Ai, não se pode falar consigo...

- Claro que pode. Eu até estou a procurar entender: se as estatísticas mostram que a grande área metropolitana do Porto acolhe neste momento quase o mesmo número de pessoas que a áre a metropolitana de Lisboa, e se nós sosmos os primeiros a defender que pelo menos dez por cento da população é homossexual, bissexual e trangénera, não vejo onde é que o meio é mais pequeno. Só vejo, aliás, que nessas circunstâncias estamos todos em pé de igualdade.

- Mas as pessoas aqui são muito mais conservadoras.

- E em Lisboa não são? Sendo que a pessoa pode ser do PCP e muitíssimo conservadora no que diz respeito aos assuntos lgbt, não acha?

- Claro que acho.

- Então por que é que está a dizer que as pessoas aqui são mais conservadoras que em Lisboa? Nunca se fez nenhum estudo a sério sobre o conservadorismo das pessoas em relação à população lgbt...

- Adiante. Eu acho que aqui é diferente, já lhe disse. Não viu o que aconteceu o ano passado na marcha?

- O quê? Uma pessoa a gritar muito zangada porque havia uma parada lgbt a passar? Uma pessoa vai ser exemplo para o comportamento do Porto inteiro? Se fosse eu, ficava ofendida, a sério que ficava.

- Eu acho-lhe imensa graça... Diga-me lá então por que é que eu devo ir ao desfile.

- Primeiro, porque a menina já foi a Lisboa, ao desfile e, por isso, acho que sendo daqui, devia fazer o mesmo.

- Segundo?

- Porque acho sinceramente que se deve dar uma oportunidade para as pessoas do Porto mostrarem que, tal como Lisboa, sabem acolher todas as pessoas e todas a maneiras de estar. Estar à partida a chamar-lhes diferentes e menos abertas é uma forma de discriminação que não fica nada bem a pessoas como nós, que lutamos para acabar com as discriminações. Por isso, nem quero ouvir dizer mais nenhuma vez que as pessoas aqui não são assim ou assado. Há que dar-lhes oportunidade para mostrarem como são, realmente.

- Há uma terceira razão?

- Claro que há. A Parada Lgbt é uma festa e não conheço gente mais festiva que a do Norte. E porque acredito sinceramente que, quando conseguirmos cativar as pessoas da cidade e dos arredores para esta nossa festa, o Pride do Porto vai ser muitas vezes maior e mais animado do que o de Lisboa.

- E viva o Porto?

- Claro que sim. Viva o Porto e o Porto Pride!

- Vamos lá a essa festa então.

- Eu sabia que a menina não reistia a um bom apelo ao seu bairrismo nortenho. Vamos lá fazer com que esta cidade se vire do avesso na nossa festa!

 

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