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Tangas Lésbicas

lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas

Tangas Lésbicas

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ao ouvido das lésbicas...

A «Rolling Stone» do mês de Junho arranjou uma rubrica brilhante para assinalar Stonewall e o mês do Orgulho: «What’s the gayest song ever?»

 

E aqui vai uma lista delas:

 

-         “Bosom Buddies”, Lucille Ball e Bea Arthur

-         “It’s Raining Men”, Weather Girls

-         “Dancing Queen”, Abba

-         “Handsome Devil”, Smiths

-         “Boys Keep Swinging”, Bowie

 

As sugestões dos leitores:

 

-         I Will Survive - Gloria Gaynor

-         Smalltown Boy - Bronski Beat

-         Go West - Pet Shop Boys

-         YMCA - Village People

-         It’s Raining Men - Weather Girls

-         Dancing Queen – ABBA

-         Erotica – Madonna

-         Relax - Frankie Goes to Hollywood

-         Muscles - Diana Ross

-         Beautiful - Christina Aquilera

-         Big Gay Heart – Lemonheads

-         Girls & Boys – Blur

-         I’m Coming Out - Diana Ross

-         A Little Respect – Erasure

-         Homosapien - Pete Shelley

-         Boom Boom - Paul Lekakis

-         Love You Down - Ready For the World

-         I’m Too Sexy - Right Said Fred

-         Do You Really Want to Hurt Me - Culture Club

-         Pull Up to My Bumper - Grace Jones

-         Don’t Go – Yaz

-         Crown Him the King of Kings - Christian hymn

 

E que temos nós para lésbicas, cá pelas lusas terras? A vossa ajuda, por favor, que a minha lista é parca:

 

-         “Telepatia”, Lara Li

-         “Há sempre música entre nós”, Dina

 

E?... Ajudem-me, caramba, que estou escassa…

 

ai amor

«tenho o

teu coração tatuado

no meu ai

amor tanta

dor sentida por

ti…»

 

- mardetranquilidade

 

- É bonito, não acha?

- O quê?

- Isto que acabei de lhe ler.

- Ah… A tatuagem. Safa…

- Safa? O que é que a menina quer dizer com isso?

- Que deve doer claro.

- A dor do amor, menina, a «dor sentida por ti».

- Deixe-se de coisas. Olhe que não era eu que me tatuava por si…

- Mas não era uma tatuagem qualquer. Tinham de ser dois corações atravessados pela mesma seta. »o teu coração tatuado no meu»…

- Que horror! Até falar nisso dói.

- Pois dói. Mas é a dor que cura, que sara, que eleva o amor «sentido por ti».

- Até me arrepio só de pensar que a menina pode estar a falar a sério.

- Claro que estou. Não me diga que não tatuava o meu coração no seu, que não sentia dor por mim, que não amava ainda com mais nobreza…

- Não.

- Nem um bocadinho?

- Nada.

- Deixava então o sofrimento todo para mim?

- Se insiste…

- Ai amor…

 

lésbicas, precisam-se

 

- A menina não quer ser entrevistada para o ‘24 Horas’?

- Quais 24 horas? As de Le Mans?

- Não se faça desentendida…

- Não faço, desde que a menina não me venha com essas parvoíces das entrevistas.

- Parvoíces? Não acha importante colaborar em iniciativas que divulguem de forma positiva a nossa comunidade?

- Claro que acho, mas a menina acabou de tocar aí em dois pontos fulcrais: primeiro, ‘iniciativas que divulgam de forma positiva’ e segundo, a ‘comunidade’. Acha, sinceramente, que o trabalho de um tablóide uma primeira página que devia ganhar um concurso de arrivistas do mau gosto divulga seja o que for de forma positiva? Ou que a comunidade é o assunto desse trabalho?

- Não seja negativa. Se todos pensassem como a menina, ainda agora estávamos trancadas no armário a tricotar as nossas pequenas misérias.

- Pois… Não me diga que agora acha que foi o ’24 Horas’ que lhe deu a carta de alforria…

- Não seja sarcástica, menina. Não lhe fica nada bem. Além disso, acho que podíamos colaborar neste trabalho. Esta piquena não é a que anda há anos a fazer peças sobre nós? Tantas há-de fazer que em alguma há-de acertar, não acha?

- E eu é que sou sarcástica…

- Vá lá. Pode ser que desta vez escrevam alguma coisa de jeito e deixem a treta do costume: ‘A Maria e a Marta vivem há três anos o seu amor sem problemas; a princípio enfrentaram a oposição de todos, mas o sentimento que as une foi mais forte. Acreditam que um dia vão poder pelos parques da cidade de mãos dadas e sem necessidade de ocultar os seus sentimentos…’

- Essa versão tem opção entre o happy e o fatal endings?

- Ainda não me decidi. O que acha?

- Acho que não vamos dar a entrevista, claro.

- Lá está a menina…

- Não estava, sinceramente, à espera que eu me sentasse num banco de jardim com uma repórter que não conheço de lado nenhum a contar-lhe intimidades, estava?

- Alguém tem de fazer alguma coisa e não precisa de lhe contar nada demasiado pessoal.

- E acha que a senhora vai publicar um monte de banalidades e generalidades que toda a gente pode debitar sem ter de recorrer a entrevistas? É claro que ela vai querer pormenores, coisas pessoais. E se nós não as disponibilizarmos, alguém mais inocente do que nós o fará, para depois ver tudo escarrapachado na revista. E aí as banalidades e generalidades vão ser as da jornalista, não vai aparecer nada de jeito e algumas coisas até vão ser mal interpretadas e lá ficamos nós mais uma vez com a impressão que é impossível evitar a leveza de espírito que se põe geralmente nesses trabalhos.

- E o benefício da dúvida, onde fica?

- Não no ’24 Horas’, com certeza. E não estou a falar pela repórter, mas pelo chefe dela, que está sempre pressionado pelo dead line e não vai ter tempo de ler coisa nenhuma e vai arranjar um título à medida do público que os lê e atirar para o espaço qualquer vestígio de qualidade que a entrevista possa ter.

- Caramba, a menina já fez o filme todo.

- Claro. Ainda precisa da entrevista?

- Nesses termos não. Mas precisava de acreditar que um dia alguém escreverá alguma coisa de jeito sobre as lésbicas ou a comunidade lgbt.

- Ninguém a impede de acreditar em nada. Toda a gente acredita em alguma coisa. Até a senhora que quer as entrevistas. A questão é que aquilo em que ela acredita pode não corresponder às nossas expectativas e eu não quero arriscar, porque para mim isto é um caso sério.

- Pois eu gostava de acreditar que para ela isto também pode ser um caso sério.

- Olhe, se calhar até é. Mas será que o produto final é?

- Pronto, desisto. Não se fala mais no assunto.

- Ora aí está uma decisão séria. Chegue-se mais para cá.