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Tangas Lésbicas

lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas

Tangas Lésbicas

lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas

Calem-se, que vão apagar as luzes!

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- Querida?
- Estou aqui...
- Onde?
- A passar as suas camisas. A menina deixa amontoar tudo, credo...
- Deixe lá isso, meu amor. Tenho uma surpresa para si.
- Um ferro de engomar com turbo incorporado e um robot doméstico de brinde?
- Não, querida, infelizmente. A meninda já sabe como é: a mesma tecnologia que nos põe na Lua e em Marte não pode ser desperdiçada numa área económica em que as neo-escravas são dominantes e tão fantasticamente bem sucedidas...
- Ai, adiante, meu amor, adiante! Quando se põe assim, a delirar, tira-me a pica toda.
- É só para não a desperdiçar nessa tábua em vez de a gastar em mim...
- Sim, sim, já sei. Então o que tinha para me dizer?
- Pois, olhe para aqui. Está a ver estes dois cartõezinhos?
- Não me diga que fez algum disparate de que não vou gostar e foi a correr imprimir dois cartões do DuploXpostal para me passar a mão pelo pêlo...
- Lá está a menina a pôr em questão o meu genuíno amor por si, que raio!
- Hum... Isso quer dizer que acertei?
- Não, claro que não. Olhe bem para eles.
- Estou sem óculos...
- Pronto, eu leio: 9º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa - são dois passes para todo o festival.
- Que desperdício...
- Que coisa... Não me diga que não ficou contente?
- O que eu disse foi: despedício. Duas lésbicas com um passe para todo o festival...
- Então? Qual é o problema?
- Está a brincar comigo? Então foi gastar dinheiro num passe para todo o festival, quando a esmagadora maioria das obras são gays? Eu tenho alguma curiosidade em relação ao que se faz, mas há anos que me canso de ver mais filmes gays do que lésbicos. Eles deviam é fazer passes separados para gays e para lésbicas, passes para quem quer ver o festival todo, passes para quem quer ver só os trangéneros, os documentários, as curtas, etc.
- Mas não é para isso que existem os bilhetes avulsos? E passes para lésbicas? Já agora, passes para heteros, que acabam por ser os que mais lá vão...
- E para que é a surpresa? Arranjem lá os passes para eles, então? Afinal, são os que menos problemas têm em ser vistos no festival...
- Ai, a menina faz-me cá uns nervos...
- A realidade é que lhe faz nervos, querida, não sou eu.
- Pronto, vou ignorar essa sua má disposição momentânea. Quer ou não quer ir ao festival comigo?
- Claro que quero. Mas este ano só vou ver os filmes lésbicos. E é melhor combinar umas partidinhas de snooker para o serão, porque não devem ser tantos assim.
- Não vê que os filmes lésbicos são muito menos dos que os gays? Não tem ouvido as explicações da organização? E que custam dez vezes menos os direitos dos filmes gays do que os lésbicos?
- Olhe, meu amor, eu até acredito que seja tudo isso. Mas a verdade é que há dezenas de filmes lésbicos que já vimos em DVD que nunca passaram no festival, certo?
- Também temos de pensar que um festival não é um clube vídeo. Há uma filosofia, um critério, uma estética, uma intenção no conjunto de obras que se apresenta.
- Pois, pois... Uma filosofia, um critério, uma estética e uma intenção GAYS!
- Até posso dar-lhe alguma razão, querida, mas a verdade é que os voluntários gays são muitos mais que as voluntárias lésbicas.
- É. E elas gostam mais de teclar a correspondência...
- Não diga isso. De todos os gays que conhecemos, os do festival são os menos misóginos que há. A verdade é que a ideia do festival partiu do Celso, não da Maria ou da Joaquina...
- Ok, dou-lhe alguma razão aí. Bom, o que é que há de bom para ver este ano?
- Também lhe trouxe o programa.
- Ora aí está uma coisa que a menina faz sempre melhor do que passar as suas camisas a ferro. Eu escolho as sessões...
- Não se arme em mal disposta, amor... Olhe, também lhe trouxe pipocas com manteiga, as suas preferidas.
- É com estas coisas que a menina me dá a volta. Mas não julgue que me esqueço do resto.
- Cale-se, cale-se, que vou apagar as luzes...




Quês e porquês do casamento lgbt

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Imagem do DuploXXpostal , aqui reproduzida com a necessária autorização da autora


Por que é que esta história do casamento é tão importante para a comunidade lgbt? A pergunta é frequente, como frequentes são as evasivas, vagas e frágeis respostas dos nossos adorados líderes lgbt quando com ela confrontados. Para mim, a resposta é esta:


- Quando os lgbt reivindicam o casamento, muito mais do a questão dos direitos legais e de propriedade que, em teoria, podem ser resolvidos por outras leis, e além da legitimação da união ou, se preferirem, a sua validação oficial e perante a sociedade, o que está aqui em causa é:


a capacidade de criar uma nova família.


Isto, queridas e queridos, é o cerne da questão. É este o conceito que nos está vedado e contra o qual, inconscientemente, pontapeamos. Porque, ao contrário dos lgbt, qualquer gato-sapato pode criar uma nova família e ver assim inequívocamente estabelecidos os laços familiares.


A partir do casamento, não há amantes, não há namorados, não há a pessoa em questão, não há companheiras e companheiros. Há um consorte de pleno direito, há sogros, há tios e sobrinhos, há filhos e enteados. Os parentes de uma ou de um tornam-se os parentes da outra ou do outro.


Há um clã e a sua respectiva força que, naturalmente, se vê dessa forma alargada.


É isso que torna o contrato legal do casamento único face a qualquer outro contrato legal que possa ser celebrado entre duas pessoas. É isso que fez, desde sempre, dos casamentos poderosas amas de conquista de aliados, um forjador de laços muitas vezes mais eficiente e completo do que o próprio sangue.


Os laços biológicos (de sangue) são, em todas as épocas e em todas as sociedades, os 'formadores de família'. A seguir vem o contrato do casamento e o único que o iguala, no sentido da capacidade de legalizar os laços familiares entre as pessoas, é obviamente o da adopção.


A família e os laços familiares definem muita coisa na nossa sociedade. Há direitos e obrigações legais, sociais e morais para com as pessoas da nossa família que simplesmente não se aplicam a estranhos. Nem o facto de coabitar com uma pessoa não nos obriga a vê-la como um membro da nossa família e vice-versa. Com o casamento, no entanto, as coisas mudam substancialmente de figura:


O clã!


Os laços familiares não se desfazem. Nem o divórcio tem esse poder. Poder, poder, poder... Afinal é por isso que não nos querem casadas e casados?

ainda a propósito de casamentos

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- Ó menina, isto não é nenhum filme de amor às carradas, com dois angelicais adolescentes num prado salpicado de flores, a correr um ao encontro do outro ao som da banda sonora do Love Story, valham-me os céus!
- Ó querida, pois não, não é. Mas não me venha agora dizer que quando eu lhe ofereci o seu bouquet, a olhei nos olhos e lhe disse que a amaria para o resto das nossas vidas, a menina não se emocionou e até lhe veio a lagrimita ao olho...
- Já estava com os copos, querida, meia garrafinha de JB, menina, foi o que foi.
- O quê?! Não me diga que estava bêbada no dia do nosso casamento...
- Não, nada disso. Alegre, menina, alegre. A bebedeira veio depois.
- Ai... Então foi por isso que lhe deu o ataque de choro?
- Claro que foi. Acha que eu ia derreter-me toda com aquilo, eu que estava a abafar naquele vestidinho às camadas em pleno verão à torreira do Sol? Nem sei como é que não apanhei uma insolação.
- Ai, querida, que coisa horrível de se dizer... E as juras, as promessas tão lindas que fez com os seus votos?
- O quê? Aquela coisa de 'meu amor para sempre', 'minha metade da laranja' e 'vou encher-te de ternura e poesia'?
- Isso mesmo.
- Pois isso foi antes - muito antes - de perceber que a menina tencionava realmente passar a vida atrás de mim com as suas frases açucaradas e os seus beijos descontrolados.
- O quê? Está a queixar-se dos meus mimos? Depois de dezoito anos de fidelidade e apego, de carinho e consideração?
- Aos dezoito anos passa-se para a maioridade. Emancipei-me, aí tem!
- Não pode estar a falar a sério...
- Estou sim, muito a sério. Agora chegue-se para lá que assim não consigo ler as legendas na televisão.
- Já que fala nisso...
- Ai! Que foi isso?! Que disparate é este? Acha que é saudável cair da cama?
- Não é uma questão de saúde, querida...
- Então o que é, posso saber?
- Emancipação, meu amor. Acabo de me emancipar na cama. Vá para o sofá!
- Ó, meu amor, não me diga que levou tudo a sério...
- Qual amor, qual carapuça! Acabaram-se as frases açucaradas. Para o sofá, já, antes que eu o emancipe também!
- Mas... Ó amor...
- Não há mas, nem meio mas. E livre-se de se tapar com a manta que usámos na nossa lua de mel, que essa também se emancipou.