Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Tangas Lésbicas

lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas

Tangas Lésbicas

lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas

lésbicas, precisam-se

 

- A menina não quer ser entrevistada para o ‘24 Horas’?

- Quais 24 horas? As de Le Mans?

- Não se faça desentendida…

- Não faço, desde que a menina não me venha com essas parvoíces das entrevistas.

- Parvoíces? Não acha importante colaborar em iniciativas que divulguem de forma positiva a nossa comunidade?

- Claro que acho, mas a menina acabou de tocar aí em dois pontos fulcrais: primeiro, ‘iniciativas que divulgam de forma positiva’ e segundo, a ‘comunidade’. Acha, sinceramente, que o trabalho de um tablóide uma primeira página que devia ganhar um concurso de arrivistas do mau gosto divulga seja o que for de forma positiva? Ou que a comunidade é o assunto desse trabalho?

- Não seja negativa. Se todos pensassem como a menina, ainda agora estávamos trancadas no armário a tricotar as nossas pequenas misérias.

- Pois… Não me diga que agora acha que foi o ’24 Horas’ que lhe deu a carta de alforria…

- Não seja sarcástica, menina. Não lhe fica nada bem. Além disso, acho que podíamos colaborar neste trabalho. Esta piquena não é a que anda há anos a fazer peças sobre nós? Tantas há-de fazer que em alguma há-de acertar, não acha?

- E eu é que sou sarcástica…

- Vá lá. Pode ser que desta vez escrevam alguma coisa de jeito e deixem a treta do costume: ‘A Maria e a Marta vivem há três anos o seu amor sem problemas; a princípio enfrentaram a oposição de todos, mas o sentimento que as une foi mais forte. Acreditam que um dia vão poder pelos parques da cidade de mãos dadas e sem necessidade de ocultar os seus sentimentos…’

- Essa versão tem opção entre o happy e o fatal endings?

- Ainda não me decidi. O que acha?

- Acho que não vamos dar a entrevista, claro.

- Lá está a menina…

- Não estava, sinceramente, à espera que eu me sentasse num banco de jardim com uma repórter que não conheço de lado nenhum a contar-lhe intimidades, estava?

- Alguém tem de fazer alguma coisa e não precisa de lhe contar nada demasiado pessoal.

- E acha que a senhora vai publicar um monte de banalidades e generalidades que toda a gente pode debitar sem ter de recorrer a entrevistas? É claro que ela vai querer pormenores, coisas pessoais. E se nós não as disponibilizarmos, alguém mais inocente do que nós o fará, para depois ver tudo escarrapachado na revista. E aí as banalidades e generalidades vão ser as da jornalista, não vai aparecer nada de jeito e algumas coisas até vão ser mal interpretadas e lá ficamos nós mais uma vez com a impressão que é impossível evitar a leveza de espírito que se põe geralmente nesses trabalhos.

- E o benefício da dúvida, onde fica?

- Não no ’24 Horas’, com certeza. E não estou a falar pela repórter, mas pelo chefe dela, que está sempre pressionado pelo dead line e não vai ter tempo de ler coisa nenhuma e vai arranjar um título à medida do público que os lê e atirar para o espaço qualquer vestígio de qualidade que a entrevista possa ter.

- Caramba, a menina já fez o filme todo.

- Claro. Ainda precisa da entrevista?

- Nesses termos não. Mas precisava de acreditar que um dia alguém escreverá alguma coisa de jeito sobre as lésbicas ou a comunidade lgbt.

- Ninguém a impede de acreditar em nada. Toda a gente acredita em alguma coisa. Até a senhora que quer as entrevistas. A questão é que aquilo em que ela acredita pode não corresponder às nossas expectativas e eu não quero arriscar, porque para mim isto é um caso sério.

- Pois eu gostava de acreditar que para ela isto também pode ser um caso sério.

- Olhe, se calhar até é. Mas será que o produto final é?

- Pronto, desisto. Não se fala mais no assunto.

- Ora aí está uma decisão séria. Chegue-se mais para cá.

1 comentário

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.