lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas
lésbicas de tanga na tanga - em busca do seu passo doble perfeito - desfiando as linhas que cosem as tangas - que nos devolvem envolvem - pingas que tingem a linha da tanga - todas as tangas são iguais - mas estas são as melhores - tangas lésbicas
Em outubro próximo este blogue faz 12 anos de tangas e mais tangas. Mais uns quantos anos de tangas na nova casa. Este projecto começou a quatro mãos e acabou, logo após o primeiro mês, por ficar apenas por um par. Com pena de não ter a companhia dos outros, que tão boas ideias tinham para partilhar também. Doze anos de tangas é muita coisa, muitas alegrias, muitas gargalhadas e textos alucinados. Apesar dos blogues terem saído de moda com as redes sociais a monopolizar as atenções de quem é tão dado a leituras, o vício não passa. Continua a ser muito divertido descrever um universo sempre em expansão como o das Tangas Lésbicas. Há sempre novidades e humor, reflexões, conversas para postar e debater. Demos graças pelas tangas da nossa vida :)
- Bom dia. Sabe dizer-me onde está a senhora empreiteira? - Lá atrás, no canto da prisca. - Prisca? Então eu pago para coleccionarem priscas no meu quintal? - Olhe, isso não sei, que eu só venho aqui dar uma ajuda. Vá lá que já fala com ela. - Pois vou. Senhora empreiteira? - Hã? - Bom dia. Vim ver como vão as obras. - E já viu? - Já sim. E olhe que não estou nada satisfeita. Que fazem estas beatas todas no meu quintal? - A gente tem de fumar nalgum lado... - E nunca ouviram falar de cinzeiros, de uma dessas latitas de tinta vazias para onde se atiram as beatas para não ficar isto tudo com ar de subúrbio da lixeira do Casal Ventoso? - Hã? - Mas que raio você fuma, afinal? Haxe? - Às vezes, sim. Quer um bocadinho? - Quero nada, que raio! Quero é ver as obras prontas, caramba. - Se é para me falar com esses modos, vou ali e já venho. - Vai coisa nenhuma. Diga-me mas é por que raio isto ainda está tudo de pantanas. - Olhe, pergunte às suas amigas, que elas é que têm a culpa. - Como assim? - Então... É um corropio delas. Ó empreiteira isto, ó empreiteira aquilo. Uma mulher não chega para todas, não é? Claro que as suas obras vão andando como se pode. - O quê? Está a dizer-me que vem para as obras no intervalo das visitas domiciliárias? - A carne é fraca. Tem a certeza que não quer uma passa? - Eu estou é passada consigo. Olhe, vá tomar um duche frio e apareça lá em casa para conversarmos com a cabeça clara. - Ok. Duchinho tomado, sim senhora, que eu não gosto de fazer má figura. Gosta com perfume ou sem? É que algumas das suas amigas embirram um bocadinho com os cheiros... - Era o que me faltava! Ó mulher, duche frio para ir de cabeça fresca, que eu corpo tenho que chegue lá em casa e o assunto é a empreitada, não a cama da empreiteira, ouviu? - Hum... Eu já lá vou ter. E trato-lhe dessa má disposição. - Irra!
-Ó da casa! Átão, ainda não está ninguém aqui? - Baixe o volume que aqui ninguém é surdo, mulher... - Desculpe? - Já ouvi. Não grite. - Ai... Você deve ser a empreiteira... - O que foi? Tenho alguma coisa suja? - Não, nada. Pelo contrário... - Então por que está a olhar para mim assim? - Porque estou a pensar em fazer umas obras lá em casa. - Mas o que se passa convosco, gente? Está tudo a cair aos pedaços? - É uma forma de pôr a questão, sim. - Bom, escreva aí o seu número, que eu ligo-lhe ainda esta semana. - Aí, no braço? Ai... Isto está a correr melhor do que eu alguma vez imaginaria... - Hã? - Nada, nada. Desabafos, não se preocupe. Telefone-me sim? - Claro, claro. - Adeusinho. - Adeus. E, olhe, a casa da outra senhora mudou para ali (aqui). - Sim, obrigada. Vou passar lá agora mesmo. Não se esqueça de me ligar. - Não se preocupe. Nem a si, nem às outras todas. Esta gente tá tola...
Sigam o sinal, por favor, que é de sentido obrigatório. Esta morada está para obras e, enquanto a empreiteira não se despacha, assentámos arraiais aqui: Tangas Lésbicas (no Wordpress).
- Parece que está a fazer queixa da rapariga, que por sinal é tão simpática e ainda nos está a fazer o favor de nos escavacar as paredes por uma ninharia... - Ninharia? Bem se vê que não é a menina que tem de negociar os euros com aquela corsária dos rolos de tinta e do reboque. - Que disparate! Quem ouvir vai pensar que ela nos está levar couro e cabelo. - E está mesmo. Ou julga que eu quero voltar para aqui só com uma demão de tinta? - Olhe, a culpa é sua, que encheu isto de sofás e resolveu armar-se em artista. Agora arranje-se que não quero ouvir mais protestos, nem quero ver mais nenhum sofá na casa nova, ouviu? - Olhe que a otomana vai comigo... Não me separo dela nem por um decreto. - Ponha-se com coisas que eu digo-lhe para onde vai a dita. - Não pode ser antes quem é que vai para a dita?... - Ai... não se ponha com coisas e não me distraia que ainda há aí muito que carregar. - Ainda não estamos na hora do almoço? - Deixe-se de coisas e saia-me da frente que eu aqui já sufoco. - Ok, ok... Posso marcar hora então para a próxima folga? - A menina é tramada... Só pensa nisso, mesmo com as mãos cheias de caixotes. - Que quer que faça? A culpada é a menina, que se anda por aqui a pavonear de jardineira e t-shirt sem mangas, como uma verdadeira operária. - Não a sabia tão apreciadora do proletariado. - É mais a sua versão da dita prole, se é que me faço entender. - Faz, sim. Ande, despache-se. Não é a menina que quer aproveitar o intervalo do almoço? - Ai, dê-me dez minutos para arrumar estes caixotinhos, sim?
Anedota para visualizar: 'O que é isto?', pergunta a pikena, deitando a língua de fora. 'Ora... Uma lésbica com tesão', responde-lhe a prima.
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Uma jovem lésbica universitária decide sair do armário e o seu plano é contar, em primeiro lugar, à mãe, durante uma visita a casa. Quando a mãe está na cozinha, de volta do fogão, mexendo num dos tachos com uma colher de pau, a jovem, muito nervosa, explica-lhe que chegou à conclusão que é gay. 'Queres dizer, lésbica?', pergunta-lhe a mãe sem olhar para ela. 'Bem... Sim.' Ainda sem olhar para ela, a mãe pergunta: 'Isso quer dizer que lambes passarinhas de mulheres?' Apanhada de surpresa, a jovem lá gagueja que sim. Ao que a mãe, virando-se finalmente para ela e de colher em riste na mão, explode ameaçadoramente: 'Nunca mais te atrevas a queixar-te dos meus cozinhados, ouviste?'
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Como sabes que uma prima é camionista? Quando ela dá um pontapé no vibrador para o pôr a funcionar e enrola os seus próprios tampões...
- Agora a sério, a menina acha que vão graça a essas anedotas? - Isso não sei. Mas acho que vale a pena partilhar aqui um bocadinho do humor das primas. - Acho-as um bocadinho parvas. - É preciso não radicalizar. O humor é mesmo assim, cheio de parvoíces. Por que acha que nos rimos? - Sei lá. Angústia? Fuga à realidade? - Também, também. Vamos lá ver o que dizem as primas de cá.
- Então? Já se convenceu? - De quê? - Que ninguém vai abrir a boca sobre a masturbação? - Não vão, pois não? - É uma palavra muito feia. - Será que já a escolheram de propósito assim feia para ninguém falar nela? - É possível. Afinal, parece que vem do latim manus (mão) e stupratio (estrupar, macular). Não podia ser pior. - E se não for com a mão? Já não suja, pois não? - Hum... O que está a sugerir? - Que se não for com a mão e não sujar, pode não ser masturbação... - Acho que é melhor experimentar, antes de afirmarmos com toda a certeza. - Também acho. Não quero ser, de forma alguma, incorrecta. - Não, isso não. Nem pensar... - Já não estou a pensar...
- Então, isso sai ou não sai? - O quê? - Essa crónica. - A menina não me stresse... - Eu?!? Acho que é mais esse tema absurdo que a menina escolheu para debitar no blogue. - Absurdo? Por que lhe chama absurdo? - Porque o sexo lésbico não me parece assim tão diferente do resto do sexo e acho absurdo que a menina fique para aí às voltas a perder tempo com o tema. - Em primeiro lugar eu não acho que o sexo lésbico seja tão idêntico ao resto do sexo como a menina diz. Depois, não acho nada de absurdo em tentar pensar no que hei-de atacar primeiro. - Atacar? Credo... Mas o que é que a menina quer atacar exactamente? Até o termo arrepia... - Acho que o que arrepia é o sexo na generalidade. De bom ou de mau, mas arrepia sempre. - Bem, nisso estamos de acordo. Mas diga-me lá qual é o seu problema. Talvez eu possa contribuir com alguma coisa útil. - Ora bem: pensei em começar com o delicado mas imprescindível tema da masturbação. - Ai meu deus... - Vê? Até a menina se arrepia. E não é por bem. - Mas isso sou eu. Há-de haver quem se arrepie de outra forma. - Claro que há. Mas pus-me a pensar: quantas das minhas amigas me falaram alguma vez de masturbação? Não em termos gerais, assim como se estivesse a debater o tema numa tertúlia, percebe? Tipo: olha, eu sempre me masturbei e ainda hoje não passo sem isso. Ou: detesto masturbar-me, nunca gostei, nem gosto que me falem nisso. - Quantas? - Duas ou três no máximo. Nem as minhas namoradas gostam de falar nisso. - Olhe, a propósito, não conte comigo. - Vê? E piora se eu me puser para aqui a conjecturar sobre quantos pais terão falado de facto na masturbação aos filhos e filhas. - Ai que a menina hoje está de um exagero... - Não estou nada. Está a ver como é difícil tocar neste assunto? - Ainda se a menina falasse em tocar noutras coisas... - Sim? Como o quê? - Estou a sugerir veladamente que talvez haja outras formas de ocupar o seu tempo... - Pronto... Agora não quer que eu escreva? É isso? - Não não é. A menina hoje está um pedacinho lenta, não está? - Explique-se, se não se importa. - Está bem, eu explico. Tem exactamente dois minutos para fechar essa máquina e se pôr a andar para o quarto à minha frente. Fui suficientemente clara? - Mais do que suficiente. Já podia ter dito...
- Sempre vai falar de sexo lésbico? - Claro que vou. - Não acha um bocadinho ousado da sua parte? - Porquê? - A menina sabe... Depois da noite passada... - Ah, isso? Foi uma má disposição passageira. Não me diga que vai ficar a remoer isso para o resto da vida... - Não, não, longe de mim... - Hum... Olhe que parece. - Não parece nada. Lá está a menina a exagerar. - Não fui eu que trouxe isso à baila hoje. - Só falei nisso porque a menina decidiu que vai escrever sobre sexo lésbico. - O que tem uma coisa que ver com a outra? - Sei lá. Lembrei-me. - Pois, por essas e outras é que o sexo às vezes vai para o espaço. - Quem me dera... - Ai, pronto, está a ver? - Eu não disse nada de especial. Só que... - Só que o quê? - Só que em vez de escrever a menina devia praticar, para falar com perfeito conhecimento de causa. - Isso é outra vez por causa da noite passada? - Não. É porque a menina não pára de falar na noite passada. - Eu?!? - Sim. - Olhe... - Estou a olhar... - Eu... - Sim...? - Ai... Assim não consigo escrever nada... - Hum... Não?.... - Não... - Sim. - Sim, pronto...
- Diga-me lá uma coisa: a menina também é daquelas que nunca gostou de brincar com bonecas quando era mais nova? - Eu?! Pelo contrário... Adorava tudo o que era boneca. Como é que a menina acha que eu arranjava pretextos para brincar com as minhas amiguinhas? - Hum... Ora aí está um caso de agudíssima consciência lésbica desde os mais tenros anos. - E a menina? Também brincava? - Não. Eu era mais comodista. Emprestava as minhas bonecas às minhas amiguinhas e fazia um tremendo sucesso. Era muito popular. - Calculo... - Elas escolhiam-me sempre para fazer de papá. Não sei como é que as crianças se arranjam para saber sempre quem é o quê, sem que ninguém lhes diga absolutamente nada. - Creio que sabemos tudo antes de começar a ser obrigadas a esquecer determinadas coisas por força das convenções. - Hum... Pois é. - Uma vez uma das minhas amigas achou que as nossas bonecas deviam fazer a sesta. Eu achei uma óptima ideia, até ela pôr a boneca dela por cima da minha. - Então?!? - Deu-me um ataque de pudor e fugi. - Oh... - Nunca mais brinquei com ela. - A sério? - A sério. Ainda me levou algum tempo a sentir-me confortável com a memória desse episódio. - Já estava contaminada pelas convenções e não fazia a mais pequena ideia. - Qualquer coisa desse género. Sabe que a vi muitos anos depois? - E? - Foi ela que me reconheceu e veio ter comigo. Tive de fazer um esforço para não fugir dela outra vez. - Que giro... Um amor de infância por resolver. - Não tem nada de giro. Ainda por cima ela tornou-se numa mulher interessantíssima. - Mau... Isso já não tem nada que ver com bonecas. - Não seja tola. Aposto que ela nem se lembra dessa história. - Pelo sim, pelo não, veja lá se fecha essa gaveta antes que me dê um ataque de ciúmes. - Ciúmes? A menina? Nunca vi coisa mais despreocupada do que a menina... - Não se fie. Ninguém tem ciúmes até ter razão para ter. - Concordo. Mas por via das dúvidas, deixe-me fazer-lhe uma perguntinha. - Diga... - Vamos pôr a nossas bonequinhas a fazer a sesta juntas?